sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Você sabia ? ( curtas)

                                            Você sabia ?

... que  certo dentista, que residiu aqui em Poções, por algum tempo, recebeu num dia de sábado, a visita de um rapaz que ao chegar no consultório , foi logo indagando:
---Quanto é uma dentadura, doutor?
--- Estou fazendo atualmente  por um mil e duzentos cruzeiros.
--- O senhor não faz por cem cruzeiros ?
O dentista olhou-o de alto a baixo e em seguida respondeu:
---Sabe  de uma coisa ! Eu fui com a sua cara e vou fazer a dentadura por cem cruzeiros, contanto que você pague adiantado.
O rapaz prontamente meteu a mão no bolso, retirando de lá os cem cruzeiros e pagou.
O dentista encaminhou-o á cadeira e de imediato tirou o molde, dizendo para o rapaz voltar antes do meio dia.
No intervalo, o dentista preparou uma placa base, com cera cor de rosa, colocando os dentes um por um, bem arrumadinhos, de acordo com a articulação feita no modelo.
Antes do meio dia, o rapaz chegou todo alegre e foi novamente reconduzido à cadeira. O dentista passou  água na tal "dentadura", colocando em seguida um pó chamado COREGA, que serve para fixar bem.
Concluído o serviço, deu um espelho para que o rapaz admirasse e segundos depois foi embora .
Passados uns quarenta minutos, eis que surge novamente o rapaz, retirando do bolso um pano e dentro estavam  vários dentes misturados com cera rosa.
---Doutor --- foi logo dizendo o rapaz ---eu fui ali na feira "tomar" um café com requeijão e veja bem o resultado !
O dentista calmamente respondeu
--- Você não quiz uma dentadura a cem cruzeiros ? É esta aí ! estamos quites ...
ATENÇÃO:  NÃO É PIADA. ESSE FATO ACONTECEU MESMO , AQUI EM POÇÕES

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Receitas de Dona Nó( doce de banana)


Doce de banana


,
,
4.5




INGREDIENTES

15 BANANAS   D'ÁGUA,     BEM GRANDES  E EXTREMAMENTE MADURAS

SUCO DE DUAS LARANJAS MADURAS

UM  QUILO DE AÇUCAR

MODO DE PREPARO

  1. CORTE AS BANANAS  EM RODELAS.
  2. JUNTE O AÇUCAR E O SUCO DAS LARAN JAS
  3. COZINHE EM FOGO MÉDIO, MEXENDO SEMPRE  ATÉ  QUE  COMECE  A  SOLTAR DO  FUNDO  DA  PANELA.
  4. COLOQUE EM UMA COMPOTEIRA E SIVA GELADO.
  5. HÁ PESSOAS QUE GOSTAM DE ADICIONAR CREME  DE  LEITE COM RASPAS DE LIMÃO.( QUE É OPCIONAL NO CASO)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Receita de Dona Nó(abobrinhas recheadas)


Abobrinha recheada



,
  • 2 abobrinhas grandes
  • 100 g queijo mussarela ou prato (ralado)
  • 500 g carne moída (de preferência patinho)
  • 1 tomate grande
  • 1 cebola pequena
  • 1/2 pimentão vermelho pequeno
  • 1/2 pimentão amarelo pequeno
  • 1/2 pimentão verde pequeno
  • Queijo parmesão (ralado) - a gosto
  • Pimenta-do-reino branca - a gosto
  • Sal - a gosto

MODO DE PREPARO

    No Forno Micro-ondas:
    1. Corte as abobrinhas no sentido do comprimento e leve ao forno micro-ondas em um recipiente com tampa próprio para uso neste forno
    2. Deixe 5 minutos, retire e verifique se ela está macia, se não estiver deixe mais 2 minutos até que a parte interna esteja molinha, então reserve e deixe esfriar um pouco
    3. Quando já estiver morna, raspe o miolo com uma colher e reserve, a abobrinha já raspada ficará como "canoas"
    No Fogão:
    1. Cozinhe as abobrinhas com água e uma colher de café de sal, por aproximadamente uns 10 minutos, retire o miolo e coloque com cuidado as "canoas" em um recipiente com água fria e gelo, aguarde até resfriar e retire
    2. Isso é para a casca não amolecer muito e continuar "al dente"
    3. Picar em cubos pequenos (média de 0,5 cm) o tomate (sem pele e sem sementes), a cebola, o pimentão vermelho, o pimentão amarelo e o pimentão verde
    4. Misture a carne moída e o sal, frite e então acrescente misturando bem o tomate, a cebola, o pimentão vermelho, o pimentão amarelo, pimentão verde, a pimenta-do-reino branca e o miolo da abobrinha, deixe fritar um pouco até dourar sem desmanchar os legumes
    5. Coloque as "canoas" das abobrinhas em um refratário e recheie com a carne, salpique bem levemente o queijo ralado tipo parmesão, então distribua a mussarela/queijo prato de forma uniforme cuidando de cobrir as bordas da abobrinha
    6. Se preferir, salpique orégano
    7. Asse em forno preaquecido por volta de 180ºC até dourar levemente o queijo ou leve ao forno micro-ondas até derreter o queijo

    Receitas de Dona Nó(ALMÔNDEGAS)


    Almôndegas

    INGREDIENTES

    • 500 g de carne moída
    • 2 colheres de sopa de azeite de oliva (30 ml)
    • 1 xícara de cebola bem picada (60 g)
    • 1 ovo
    • 150 g de farinha de rosca
    • Sal a gosto
    • Pimenta-do-reino a gosto
    • 395 g de molho de tomate




    MODO DE PREPARO

    1. Misture a carne com o ovo, a cebola, o sal, um pouco de azeite de oliva (ou óleo) e a pimenta
    2. Agregue a farinha até dar o ponto de enrolar as almôndegas
    3. Faça pequenas bolinhas
    4. Em uma panela com um pouco de azeite, frite as almôndegas selando-as em fogo alto
    5. Retire as almôndegas e reserve
    6. Em outra panela esquente o molho de tomate em fogo baixo
    7. Na mesma panela da almôndega, elimine o excesso de azeite e coloque o molho de tomate, colocando as almôndegas para cozinhar por alguns minutos
    8. Em cerca de 15 minutos as almôndegas estarão totalmente cozidas e o prato estará pronto

    domingo, 13 de janeiro de 2013

    História verídica dos PRIMEIROS ANOS DO GINÁSIO DE POÇÕES.

    Esta é uma história verídica,  iniciada em meados  de 1957, á respeito  de como começaram os preparativos, para o início do curso ginasial em Poções.

                                                         Você sabia  ?
    que alguns pais que tinham algum recurso financeiro, colocavam os seus filhos a estudar no Ginásio Taylor Egídio em Jaguaquara(que era o melhor na época, por essas bandas) ou em algum outro em Vitória da Conquista ?
    que outros pais que também tinham parentes nessas cidades citadas, enviavam os seus pupilos, para dar-lhes
    mais ensinamentos?
    O que ocorria então em Poções ?
    As crianças concluíam o curso primário e desde quando os pais não tinham algum recurso, ou por não possuírem parentes fora desta cidade, deixavam simplesmente de estudar. Poções, por sua vez, crescia vagarosamente, mas crescia...
    Os intelectuais, os comerciantes, as pessoas de um bom tino administrativo e outros de boa vontade, começaram a fazer um movimento até que houve a criação da FUNDAÇÃO GINÁSIO DE POÇÕES,
    órgão, que mais tarde, viria a ser o responsável, pela implantação do curso ginasial nesta cidade.
    Mas o Brasil daquela época, quando se fala em BUROCRACIA, NÃO MUDOU AINDA EM NADA.
    Diz a Enciclopédia  que :"BUROCRACIA é uma morosidade e exigências formais no desempenho dos serviços públicos".
    Pois a tal da burocracia emperrava o andamento dos papéis nas repartições estaduais de tal modo ,que dois amigos nossos Hidelbrando Alves Rocha (Deco) e Antonio Castro  Dourado Primo,( Seu Dourado ), residentes em Salvador, mas com vínculos fincados nesta terra, se desdobraram para conseguir o andamento da papelada. Depois, veio a parte física. Onde iria ficar  instalado o ginásio?Como conseguiriam  os funcionários principais? E o  mais importante: onde encontrar o corpo docente? E nessa lenga lenga, nesse sobe e desce, o tempo corria célere.  E 1957 foi embora.
    O Ano de 1958 começou e os trabalhos entraram novamente naquele ritmo de vamos, vamos...
    Todos nós sabemos de longas datas, que o brasileiro é 100% esportista. E o que veio pela frente ?
    Campeonato Mundial de Futebol a ser realizado no mês de junho, na Suécia. O Brasil foi campeão pela primeira vez, com Garrinchas,  Pelés, Zagallos e outros. Até aí tudo bem. O Brasil inteirinho eufórico !
    E a nossa papelada? . Meio ano já ficara para trás. Será que 1958 iria seguir também os passos do seu antecessor 1957?
    Em setembro, Noélia  e  eu achamos de juntar os nossos trapinhos.
    Em outubro, soubemos por vias atravessadas, que os nossos nomes constavam de uma lista preliminar para ser aprovada e as reuniões  se sucediam quase diariamente, pois o ano estava a terminar e a aprovação do Conselho Estadual de Educação, sempre formalizava os seus projetos até o final de outubro, para que então a Secretaria Estadual de Educação desse o parecer final,  concedendo o funcionamento da abertura dos Ginásios para o ano imediatamente seguinte.
    Ainda em outubro, uma senhora e outro funcionário estadual vieram a Poções e Nova Canaã, para fiscalizarem as instalações dos prédios onde iriam  funcionar os futuros ginásios.Aqui em Poções, foi escolhido o Prédio onde funcionava o Grupo Escolar Isaías Alves.
    Felizmente a papelada ficou em ordem e Noélia e eu, fomos escolhidos a principio, para fazer parte da banca examinadora dos Exames de Admissão  e aí começou a ficar preta a posição da Direção da Fundação Ginásio de Poções em relação aos futuros professores. Numa reunião de muita conversa mole, ficou esclarecido que apenas o Diretor, a Secretária e o Auxiliar de limpeza e disciplina, iriam receber um salário modesto, para poder o Ginásio caminhar com os seus próprios pés. Os professores ensinariam gratuitamente, até que as coisas melhorassem.
    Para início de conversa, disseram, que em novembro, nós professores, daríamos aulas gratuitas aos candidatos ao exame de admissão, para que ficassem mais envolvidos nos assuntos principais. O local escolhido foi o Grupo Escolar Alexandre Porfírio e todos os dias das 15 às 17 horas ,estava lá o grupo encarregado, para ministrar e dar os pormenores de como seriam os exames de admissão.Tais preparativos foram estendidos até às vésperas do Natal. Iniciado o ano de 1959, fomos avisados que do dia 10 até 20 de janeiro, repetiríamos a dose, para que todos os candidatos ficassem bem "afiados", como se diz na gíria.
    Nesse ínterim, houve uma excursão de um grupo de desportistas daqui, para a cidade de Salinas, ao norte de Minas Gerais, onde passamos três dias, num congraçamento sócio-esportivo.
    Ao regressarmos, soubermos também, que as datas dos exames já haviam sido marcadas para os meados de fevereiro e que estaria nesta Cidade para orientar todo o pessoal, um funcionário graduado do Conselho Estadual de Educação, que também iria a Nova Canaã, porque as datas escolhidas foram as mesmas ,para poupar tempo.
    Finalmente chegou o dia 16 de fevereiro, uma segunda-feira e às 8 horas foram realizadas as provas escritas de Português e Matemática, ambas eliminatórias.No dia seguinte, para os candidatos que ultrapassaram a primeira barreira, as provas também escritas,  de Geografia, História do Brasil e Ciências.Nos dias seguintes realizaram-se as provas orais com os meninos ainda tensos, mas a turma da banca examinadora,deixou-os mais à vontade, com piadinhas, a fim de tornar o ambiente bem agradável.
    Uns dois dias após, o resultado favoreceu à vinte e cinco jovens entre 13 e 18 anos, que de imediato juntaram a papelada, para a matricula á primeira série do curso ginasial.
    Numa reunião, logo depois dos exames, nós professores, fomos cientificados, pela Diretoria da Fundação Ginásio de Poções, ( e faço questão de colocar tudo isso em letras maiúsculas para que sempre a população de Poções se recorde desse detalhe que) DURANTE DOIS ANOS SEGUIDOS IRÍAMOS LECIONAR GRATUITAMENTE A FIM DE QUE O GINÁSIO PUDESSE IR AVANTE.
    MAS NÃO FORAM DOIS ANOS! FORAM SIM, TRÊS ANOS CONSECUTIVOS: 1959, 1960 E 1961.
            
                                          FIM  DA  PRIMEIRA   PARTE.



                                         SEGUNDA PARTE
    CONTINUAÇÃO DO RELATO, AINDA COM DETALHES ANTERIORES AOS EXAMES DE ADMISSÃO.
                                         
    Um fato interessante ocorreu comigo dois dias antes, do início dos exames das provas escritas. 
    O Conselho Estadual de Educação, incumbiu a um dos seus membros efetivos a vir até Poções, para supervisionar e ao mesmo tempo orientar as bancas examinadoras desta Cidade e de Nova Canaã, na pessoa do Dr Othoniel de Almeida Moura, por sinal, irmão . do nosso Juiz da Comarca, Dr. Ignácio de Almeida Moura.
    Ao chegar em Poções, ele foi recebido pela  Diretoria da Fundação Ginásio de Poções e promoveu logo uma reunião, principalmente com os componentes da banca examinadora para saber do conteúdo das provas.
    Na minha vez, ao ler os dez quesitos da prova, ele reservadamente cochichou ao meu ouvido:
    "--- Professor, refaça esses dez quesitos, pois dessa forma, ninguém será aprovado."
    Naquela mesma noite de sábado, refiz a prova e no domingo, procurei-o e tornei a mostrá-lo. Ele riu bondosamente e disse-me:
    "---Meu caro doutor, mesmo assim ,muita gente ainda será reprovada."
    É claro que nós professores,entramos naquela tarefa, para colaborar, mas de maneira alguma, iríamos "abrir a cancela", pois os aprovados, seriam daqui há alguns dias, os nossos alunos e nós teríamos  que aguentar pelo ano inteiro, grande parte de ineptos.
    Felizmente, para todos, os aprovados, demonstraram boa aptidão, bem interessados, com bom comportamento,proporcionando aos professores, um excelente trabalho pedagógico.
    O Diretor, por nome Dr. José Carlos Peixoto Pereira, um dentista recém chegado a Poções, em companhia de sua esposa, foram incumbidos de lecionar Português e História do Brasil,respectivamente. Matemática, coube aqui, ao Papai, que na época,não entendia nada da parte pedagógica. Eu só queria ensinar , demonstrando que a ciência dos números, por enquanto, estava em boas mãos. Geografia, ficou entregue ao nosso velho  amigo ,Dr. Alcides Pinheiro dos Reis, que depois de um ano e meio, veio a se tornar o segundo Diretor do Ginásio, visto que o Dr. José Carlos, como dentista, não estava tendo clientes suficientes para continuar nesta Cidade. Ciências foi ministrada até certo tempo, pelo Dr. Antonio Rocco Libonati , médico, recém formado, filho de uma das mais ilustres famílias italianas, na pessoa do seu pai, Américo Libonati.  Desenho, coube á minha  esposa  Noélia. Canto Orfeônico , à minha comadre, a Professora Irene Nápoli Lamego . As línguas Francês e Latim ficaram sob a responsabilidade do nosso amigo Clóvis Pereira Junior, que diga-se de passagem, durante os primeiros anos da História do Ginásio em Poções, foi um dos grandes baluartes para que tudo desse certo .Com esse corpo docente formado, iniciamos a nossa batalha.
    Uma certa noite fomos avisados de uma reunião com a Diretoria da Fundação Ginásio Poções, onde nos comunicaram, que tendo em vista uma doação que a Prefeitura fizera a Fundação,de um terreno que se estendia até à Rio- Bahia, que brevemente, nós seríamos agraciados com um lote, para compensar o esforço que teríamos de fazer nos próximos anos.
    Vale também, aqui ressaltarmos, que nesses primeiros três anos de ensino gratuito, por parte dos professores, outros amigos nossos, deram a sua parcela de colaboração, sempre visando que a ideia vingasse e que o curso continuasse firme.Apelando agora, para a nossa memória, iremos citar que durante o período dito inicial, houve sempre algumas mudanças, visto que alguns dos titulares se ausentavam. Assim, em certa época, contamos com o apoio decisivo e inestimável da Professora Madalena Curvêlo, do seu irmão, José Otávio Curvêlo, há pouco tempo atrás, Prefeito de Itapetinga.   Com o queridíssimo jovem(que o vi desde quando estava com três  anos de idade) ,Carlos Ney Dias Messias, falecido nas praias de Fortaleza, quando tentou salvar uma jovem de afogamento e morreu com ela. O nosso mano
    Affonso Manta, também falecido, que também forneceu muitos subsídios históricos, durante o pouco tempo que ajudou ao Ginásio. O Sargento Severino Bispo dos Santos, com altos e baixos, deu também a sua colaboração.Um belga, que sofrera horrores durante a Segunda Guerra Mundial, apareceu por aqui, não se sabe vindo de onde e prestou também a sua ajuda, lecionou Francês por algum tempo, com aquele sotaque bem fechado,  característico da própria Língua e referindo-se ao aluno Paulo Silva Dantas, dizia:
    "--- Pôlo!
    Não nos esquecemos também da valiosa contribuição do Dr. Mário Sabino Costa.
    Mais adiante, contamos com a valiosíssima ajuda da Professora Maria da Glória Macedo da Conceição, que por anos afora, tornou-se  uma das maiores mestras do ensino, nesta terra abençoada pelo Divino Espírito Santo.E por aí afora, seguiu-se uma lista interminável de pessoas gradas e de alto espírito, que em certa ocasião, num daqueles desfiles memoráveis  de 7 de setembro, fizemos uma homenagem, onde cada grupo de dois alunos, levava o nome dos ex-professores escritos numa faixa, alusiva aos serviços, por eles prestados à comunidade.
    Com o decorrer do tempo, fomos verificando que a Diretoria da Fundação Ginásio de Poções, foi ficando omissa, nos principais  assuntos financeiros. Provavelmente, eles já haviam cumprido e bem o seu papel desbravador e naqueles momentos,estavam tentando passar o timão, a outros .
    Ressalte-se, que a verba arrecadada mensalmente, pelo pagamento, que os pais faziam, para custear o estudo dos seus filhos, mal dava para efetuar o pagamento da folha do Diretor,da Secretária e do Zelador, além das pequenas despesas com material escolar, de limpeza e outras menores, porém necessárias.
    Convivemos assim, nesse ambiente, por larga temporada, até que em dezembro de 1961,já próximo ao Natal, ou seja 2 anos e 10 meses, após a largada inicial, sem sabermos o motivo, fomos convidados pelo  Prefeito Olímpio Lacerda Rolim e como grata surpresa, cada professor, recebeu a importância de um mil e quinhentos cruzeiros.
    Mas, à partir de 1962, com a aprovação da Câmara de Vereadores de Poções, o Sr Prefeito, incluiu no Orçamento, uma verba, para pagamento mensal aos Professores, uma gratificação pequena,mas que terminava de uma vez por todas, aquele serviço de gratuidade.
    ISSO, FOI SÓ O PRINCÍPIO...


                                                  FIM   DA   SEGUNDA PARTE.


                                                  TERCEIRA PARTE
    CONVÍVIO   COM   OS   ALUNOS, SEUS ANSEIOS  ,  SUAS  BUSCAS ,  SUAS REALIZAÇÕES.

    Em 1959, quando foram iniciadas as aulas no mês de março, com a turma de 25 alunos, na primeira série ginasial, em pouco tempo, foram absorvendo o novo tipo de ensino. Eles que estavam acostumados, a lidar com apenas um professor, que lhes ensinavam todas as disciplinas, estavam agora, às voltas com vários tipos de pessoas, onde cada uma delas, possuía o seu modo de lecionar, ou de transmitir o conteúdo de cada matéria do currículo escolar.
    Ainda no mês de março, se organizaram para fundar o grêmio estudantil ,ainda sem estatuto, mas com o nome de Ruy Barbosa escolhido,com o presidente Carlos Ferreira Santos também eleito por unanimidade,enfim um grupo decidido a levar avante o nome da classe estudantil. Através de um oficio, escrito a mão e assinado por todos os componentes da turma, comunicaram a sua decisão, ao Diretor do Ginásio e  reforçaram dizendo verbalmente aquilo que eles estavam em mente. Mas os dias se passaram e como eu lecionava duas  aulas seguidas, em certa manhã, quando eu estava terminando a primeira aula, o Presidente do Grêmio, levantou-se e disse- me que os colegas queriam conversar comigo, à respeito de como organizar o grêmio e o que mais ocorresse. O certo, é que depois de uma conversa animada, onde trocamos várias idéias, ficamos de ir em grupo até a  Prefeitura Municipal a conversar com o Prefeito Olimpio Rolim , a fim de pedir ao mesmo, um espaço de terreno de  mais ou menos seis metros quadrados, para que durante os festejos do Divino Espírito Santo. pudéssemos armar uma quermesse.
    Dias depois, o Ginásio recebeu um convite, endereçado ao Diretor, para que no final de abril, num dia  de domingo, fôssemos a Nova Canaã, passar algumas horas com os alunos da primeira série do Ginásio Florestal e lá participássemos de um jogo de voleibol  e das competições de saltos em altura e distância.
    No convite,  especificava ainda, que no time de voleibol misto, poderiam ser incluídos três elementos não pertencentes ao Ginásio, por que nem todos os alunos, sabiam  praticar o tal esporte.
    Embora cientes daquele convite, o fato é que o pessoal estava focado na organização da quermesse e as idéias se multiplicavam a cada dia que passava. Alguns  dias, saímos à tarde pelo comércio, solicitando brindes, dados ou emprestados, que seriam colocados à venda ou simplesmente através de rifas.
    Inventamos um tal de "correio sentimental", onde cada pessoa poderia mandar uma mensagem, pagando  naturalmente, uma pequena taxa pelo serviço.
    Quando estávamos próximos da ida a Nova Canaã, o Diretor simplesmente disse que não poderia ir e abriu vaga para quem estivesse disposto a acompanhar os alunos. Organizamos então, o grupo com todos os alunos. Acompanhando-os, fomos: Clóvis Pereira Junior ( o Nino), que também era o professor de Educação Física, Noélia e eu.   O Prefeito  Olimpio Rolim, forneceu o caminhão com o motorista e lá fomos nós.
    Em Nova Canaã, fomos recebidos por um grupo de Professores que nos levaram até ao Ginásio Florestal.onde desfrutamos de um lauto café matinal. O resto da manhã, foi descontraído, com conversas de todos os tipos, mais associadas ao desempenho dos nossos trabalhos escolares.
    Almoçamos e após o descanso regulamentar, os estudantes foram participar das competições esportivas.
    Perdemos em salto em altura mas  vencemos em salto em distância, com a performance espetacular da nossa aluna Lucia Maria da Silva. A partida de voleibol não chegou ao fim, pois Nino não concordou com o time que entrou em quadra para jogar contra os nossos alunos. Eram pessoas totalmente estranhas ao  corpo discente do Ginásio Florestal. A fim de não haver briga, a partida foi encerrada mal havia começado.
    O Ginásio de Poções, através do Sr. Diretor, ficou de retribuir a visita e até hoje,2013, ninguém lembrou-se de tal fato, sucedido ainda em 1959.
    Chegamos finalmente aos dias da festas do Divino.Armamos em plena praça, próxima ao serviço de som do parque, uma barraca retangular, com 3 metros de comprimento na frente e no fundo e com 2 metros em cada lateral.Cobrimos com uma lona emprestada. Colocamos uma mesa grande no centro, com os objetos que havíamos conseguido dias atrás no comércio local.Para o pessoal não se cansar e também desfrutar dos dias das festas, fizemos um serviço de revezamento entre os alunos, onde todos com a máxima boa vontade, saiam vendendo bilhetes das rifas, enquanto outros permaneciam dentro da barraca,vendendo objetos e enviando mensagens através do serviço de alto falantes do parque.
    Foram dez noites de intensa labuta, mas os resultados saíram satisfatórios. Dos objetos vendidos, nós tiramos o lucro, e o restante, pagamos aos proprietários, como também, a mercadoria encalhada, restituímos aos respectivos donos.
    O certo é que, uma pequena importância foi amealhada o que deu ânimo a todos ,a repetir o sucesso inicial nos anos subsequentes.
    E aí em 1960, com a nova turma de primeira série ginasial, começou a ciumada em cima de mim. Certo dia, em plena aula de matemática, uma garota, levantou-se da cadeira e me disse:
    ---Dr. Irundy, o senhor gosta mais da turma da segunda série, não é mesmo ?
    Aí eu fui explicar com toda a minha calma, que não era aquilo que ela ou os demais, estavam pensando de mim.
    ---No ano passado, ninguém se levantou para ajudá-los. Fiquei com eles o tempo todo e não é justo que esse ano eu os abandone, só porque vocês chegaram como calouros. Não quero ciumadas. Vou ajudá-los, assim como fiz com a turma da segunda série. É só terem paciência.
    E de fato, para não  haver concorrência entre as duas turmas, quando chegamos à época das festas do Divino, a turma da primeira série armou uma barraca quermesse nos mesmos moldes do ano anterior, enquanto a turma da segunda série, colocou a funcionar uma barraca igual às outras que sempre funcionaram, com mesinhas, cadeiras, balcão para atendimento geral, geladeira e um som horrível, que ficava ligado enquanto o do parque não funcionava. Então, com aquele mesmo revezamento já feito em 1959, todos trabalharam e se divertiram sem nenhuma queixa. Para evitar novamente a ciumada, eu me revezava, passando um tempinho aqui e outro ali e aconselhando  sempre a uns e outros.
    Findos os trabalhos, a quinta série ficou satisfeita com o resultado e a sexta mais ainda,  pois embora o trabalho fosse maior, o lucro então, superou o arrecadado no ano anterior.
    E essa história repetiu-se em 1961, já com mais uma turma em andamento, até que à partir de 1962, os próprios alunos chegaram a um acordo, que para ninguém prejudicar as turmas mais adiantadas, somente aquelas, armariam a barraca na festa do Divino. Com essa resolução tomada pelos alunos, fiquei mais tranquilo, pois durante as Festas, eu já não sabia direito a quem atender.
    Então, antes das férias de junho/julho de 1962, os alunos da quarte série ginasial, promoveram uma reunião para que depois do recesso escolar do meio do ano,entrassem de vez com um novo plano.
    E o Papai aqui teve a ideia e falei com  eles  o seguinte:
    ---Como a barraca da festa sempre foi um ganho seguro, porque não lançarmos o Concurso da Rainha da Primavera com votos vendidos a um cruzeiro cada. Para isso ,entretanto,o primeiro passo é procurar as meninas que estejam dispostas a nos ajudar.
    Na volta às aulas, uma garota da primeira série, por nome Margarida Maria Nunes de Sá, prontificou-se a vender os votos. Às vezes saía acompanhada de colegas e na maioria de suas investidas, pedia os votos sozinha. E não apareceu mais ninguém para ajudar. Como eram votos vendidos, não houve necessidade de se saber quem ganhou,pois ela, Margarida foi a primeira rainha da primavera do ginásio de Poções. E não me recordo se houve mais alguma com esse mesmo título.
    O tempo passou e ao iniciar-se o mês de novembro de 1962, um novo pedido veio a tona, através de minha pessoa. Vale frisar, que o Diretor José Carlos, já havia se mudado com a família para  outra cidade e a Diretoria foi ocupada por Dr. Alcides Pinheiro dos Reis, que não se opôs ao pedido feito pela turma da quarta série.
    Por iniciativa da turma,resolveu-se que, dez dos alunos  se prontificaram a participar de um passeio
    à Salvador, que na época era chamado de" EMBAIXADA". Os dez alunos, à pedido dos próprios pais só iriam, se fossem acompanhados de professores. Então, de comum acordo, os alunos escolheram
    para acompanhá-los, Dr. Irundy, Professora Noélia e Margarida, esta última ,como gratidão aos serviços prestados à turma.Formou-se então, a EMBAIXADA com 13 pessoas.
    O pedido feito ao Dr.Alcides foi o de:  antecipar as provas finais da turma, ou então deixar para fazê-las quando voltassem do passeio. Prevaleceu a última hipótese.
    Para que todos os leitores tenham a exata noção de como as coisas eram difíceis naquela época, vale salientar nesse episódio, que durante quatro anos, desde 1959 até novembro de 1962, os alunos da quarta série ginasial, conseguiram "juntar", a importância  de pouco mais de OITENTA E DOIS MIL CRUZEIROS.
    Em Salvador, um amigo nosso ,casado com a filha do Sr Alcides Fagundes, por apelido BEQUINHO, fez um precinho camarada para a turma; 32 mil cruzeiros por três dias de hospedagem, com direito a dormida, café da manhã, almoço e jantar, para as treze pessoas da EMBAIXADA.
    Separamos também, o dinheiro das passagens de ônibus, táxis e despesas necessárias para a viagem de ida  e de volta.
    O restante seria gasto nos passeios. Com a inteira confiança deles em minha pessoa, todo o dinheiro foi  entregue a mim, para que eu me incumbisse de efetuar todos os gastos .Então uma outra preocupação: a de anotar num papel, tudo o que era efetuado como despesa geral. Cada qual, separadamente, levara algum dinheirinho para seus gastos pessoais .
    De início, fomos na manhã de sexta feira à Igreja do Bomfim, para que eles conhecessem e ao mesmo tempo agradecer por tudo o que alcançaram, desde o ingresso a primeira série ginasial e a sucessão de acertos e erros, que se seguiram durante os quatro anos de estudos  e  trabalhos para chegarem até ali.
    Conheceram o Porto da Barra(indo à praia, é claro) , Amaralina e Itapoã.
    Deixamos para o domingo, um passeio à ilha de Itaparica,ficando naquele recanto paradisíaco, o dia todo.
    Ao regressarmos, muita alegria, sem nenhum acontecimento que desabonasse a conduta de qualquer um dos participantes.
    No primeiro reencontro em plena sala de aula, fiz a prestação de contas, com tudo anotadinho, centavo por centavo, e dei-lhes uma boa surpresa. Havia sobrado a pequena importância de dois mil cruzeiros e alguns centavos. O que fazer  ?
    Rapidamente apareceu a solução. Fazer uma festinha de despedida da turma toda. E fizeram!
    Observações finais:
    Em 1959, ano em que o curso ginasial foi iniciado em Poções, serviu de entrada para que todos os alunos, ano após ano, se voltassem a organizar durante as festas do Divino Espírito Santo, as tradicionais barracas dos estudantes, cuja melhoria foi se acentuando com o decorrer do tempo. Na época, onde se implantou a luz negra, nos reservados das barracas, a afluência era bem maior, porque os casais iam ali para desfrutar alguns momentos de boa dança, na maior seriedade, mesmo porque havia a vigilância severa dos próprios donos. Mas o Monsenhor Honorato, só achava de fazer as suas implicações contra os estudantes, chegando ao ponto de incluir no seu sermão. as suas palavras de desconforto para os alunos do Ginásio.E esse detalhe que estou frisando aqui, surgiu desde o tempo inicial, quando as meninas iam se exercitar nas aulas de Educação Física, e ele, ficava com o seu binóculo, sentado na sua varanda, olhando de lá , procurando descobrir, se alguma garota estava seminua ou coisa parecida,atentando aos bons costumes. E por aí afora, nunca ouvimos dele, alguma palavra de apoio ou de elogio.Essa mágoa que todos nós ficamos, foi se dissipando com o tempo, pois fomos aprendendo, que com todo o trabalho saudável que apresentávamos, sempre havia uma nesga de insatisfação.
    Durante anos e anos, outras turmas se organizaram, com passeios ao Rio de Janeiro, por duas vezes, Porto Seguro, algumas excursões e dezenas e dezenas de passeios, com toda a moralidade possível, por esse Brasil afora.
    De minha parte, quero concluir, que sempre me dediquei com todo o amor  possível, vendo o colégio crescer, ajudando dentro de minhas parcas possibilidades.
    Em 1964, a Fundação Ginásio de Poções, deixou de existir e passou as rédeas do comando a antiga Campanha Nacional de Educandários Gratuitos(CNEG), que de gratuidade não tinha nada, chegando até nós, as maiores críticas feitas por pais, ou responsáveis, pelos alunos matriculados.Os próprios dirigentes
    sentindo em todas as partes do Brasil, aquele acumulo de críticas, resolveram algum tempo depois, mudar a sigla e o sistema de funcionamento, passando a ser conhecida por CNEC (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade).
    E foi assim minha gente, a história de como começou o ginásio nesta TERRA DO DIVINO.

    OBRIGADO PELA ATENÇÃO.