quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Autobiografia de Irundy Dias ( p 42 )

A UDN ( União Democrática Nacional) e o PR ( Partido Republicano)haviam se engalfinhado na eleição de 1958, tentando eleger os seus candidatos Miguel Lopes Ferraz e Bernardo Tôrres Coêlho, que inegavelmente eram duas pessoas honestas, distintas e de boas projeção social na cidade, mas infelizmente, não possuíam nenhum prestigio político eleitoral. Essa desunião entre os dois partidos, deu margem a que o PSD (Partido Social Democrático)lançasse o nome do Sr Olímpio Lacerda Rolim, homem de bom caráter, amigo dos elementos mais carentes e que em sua farmácia atendia a todos, indistintamente, ganhando dessa forma,  maior apoio junto ao eleitorado, vencendo s eleições até com certa facilidade. Fez um governo razoável, dentro das condições, precárias que o Município passava, onde a arrecadação municipal era fraquíssima e as verbas oriundas do Estado e da União eram de baixo nível. Depois que os quatro  anos do seu governo foram esgotados, então na nova eleição de 1962 surgiu e a UDN e o PR, resolveram se aliar outra vez e conseguiram eleger o vereador Aníbal Gonçalves de Carvalho.Com a derrota do PSD, via-se sempre a figura amiga do Sr. Emério Pithon, que de vez em quando gostava de tomar umas e outras e se postava no passeio da farmácia de Fábio Rocha, fazendo os seus mini discursos, onde destacava-se sempre a frase:
---“ Eu, Emério Pithon, sou o pessedista número um desta cidade.”
Mas o que ele dizia de maneira                nenhuma feria os brios de quem quer que fosse. O pessoal que passava por perto levava na gozação e caminhando assim, Poções, continuava aos desmandos daquela política bem barata e sem alternativas de crescer. Sentia-se até vergonha de ao chegar a Vitória da Conquista, ouvir de alguns, dizerem que Poções, era um subúrbio daquela cidade. E de fato, parecia mesmo. Qualquer necessidade maior da população recorria-se a Vitória da Conquista, pois aqui não se encontrava, para adquirir. Particularmente, como dentista, não achava em Poções, nenhum material odontológico, mesmo que fosse um simples  tubinho de anestésico.
O nosso Natal foi comemorado em família, com a presença de Tavinho, Amélia, Tereza, Nó e eu. Jurimar, depois de casada já partira para Fortaleza onde ficou residindo, logo após a conclusão do serviço feito pelo DNOCS em Morrinhos. O esposo dela, Hélio Pinto Vieira, cuja família era radicada naquela capital, resolveu apresentar-se ao seu escritório onde exercia o seu emprego.
O clube social encontrava-se no mesmo local à Praça da Bandeira, mas a nova diretoria, já começara a construir os alicerces da futura sede social.
O Réveillon transcorreu tranquilo e  naquela oportunidade tivemos a companhia de Erico e sua esposa, que haviam sido nossos vizinhos, quando morávamos a Praça da Bandeira. Mesmo sem serem sócios, ao comprar uma mesa, recebi quatro convites, sendo que dois serviram como entrada para eles. Naquela época, era moda um tipo de bebida chamada “ cuba libre “, uma mistura de Rum com Coca-cola.

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A origem da palavra “ cuba libre “, surgiu no período da guerra fria entre Estados Unidos e Russia. Enquanto esta, mandava todo o apoio possível para Cuba, inclusive exercendo disfarçadamente certo poder, tentando denegrir a imagem dos Estados Unidos, que por sua vez, olharam sempre aquele país com muita desconfiança. Como Cuba, sempre fabricou a bebida Rum, desde aqueles velhos tempos os piratas do Caribe. Nos meados do século 20, os Estados Unidos lançaram no mercado, o refrigerante Coca-Cola, hoje em dia espalhado pelo mundo inteiro  e aí fizeram a associação das duas bebidas, batizando-a com o nome cuba libre, que durante certo período dominou os bares e salões de festas. Só que o brasileiro, adicionou limão, para retirar o sabor picante do rum e o adocicado da Coca-Cola, tornando a mistura mais saborosa. Naquela época o tipo de rum vendido em larga escala era rotulado como RON MERINO e hoje em dia, não sei dizer se ainda existe no mercado. Entretanto, apareceram outras marcas substituindo integralmente a primitiva.
A nossa mesa era a última do salão, colocada ao lado esquerdo do palco, onde os músicos ficavam e obrigatória passagem das senhoras e senhoritas que se dirigiam à toalete, para retocar as suas maquiagens. Melhor até do que a última mesa do lado oposto, onde passavam todas as pessoas que se dirigiam ao bar e sanitários masculinos onde seus ocupantes ficavam às vezes , sujeitos a esbarrões de alguns festeiros meio embriagados. Mesmo com esses senões, a festa transcorria às mil maravilhas. Érico saiu mais cedo com a sua esposa e notei até que estava um pouco bamboleante, devido a certo consumo da “cuba libre “.Nó e eu que tínhamos o hábito de sair no cisco, nem perdemos a “esportiva”, dançamos praticamente até a festa acabar. Não residíamos mais, ali perto e como não possuíamos nenhum veiculo para nos transportar, fomos andando tranquilamente até chegarmos  em casa na ladeira da Avenida Cônego Pithon . Durante o trajeto ficávamos c0mentando sobre os dançarinos que estavam na festa e de preferência às pessoas de Dr. Ruy Espinheira e Benevaldo Rocha, que possuíam um tipo peculiar de dançar. As suas esposas nunca apareceram nas festas, possivelmente não gostavam de dançar e eles dois não perdiam tempo. Escolhiam a dedo as mocinhas mais desenvoltas e davam um verdadeiro show no salão. Sempre admirei a maneira elegante deles dois ao deslizar suavemente no salão.
Ao reinicio das aulas, estando Noélia já matriculada no terceiro ano de magistério, recebemos certa noite, a visita do casal Pedro Alves Cunha e Dona Regina. Nas primeiras conversações, notamos logo, que já era o começo de uma nova campanha política. Com todo o respeito e sem alardear nenhum comentário, ouvimos suas propostas, inclusive até de ajudar sempre a CNEG. Ouvimos e agradecemos por suas visitas e somente fomos comentar o acontecido num determinado sábado, quando da chegada do Sr. Jambinho para jantar , em companhia de Tavinho ,Amélia, e Tereza.. Foi Noélia que começou, dizendo:
---Meu pai, nesta semana, recebemos lá em casa, a visita de Pedro Cunha de Dona Regina, onde prometeram ajuda ao colégio onde ensinamos. Ele é candidato a Prefeito nas próximas eleições. O que é que o senhor acha disso?
                                                                      
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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Autobiografia de Irundy Dias ( p 41 )

À medida que eu fui me aproximando, ele diminuiu os passos e me disse sem muitos preâmbulos:
---Estou ciente, que agora o senhor é o novo diretor do ginásio.
--- Sim, sim sou eu mesmo. De que se trata Seu Ziziu?
---Aquele pessoal que esteve aqui prometendo que se fosse aberto o curso de magistério, já resolveu alguma coisa? Ainda não li nada nos jornais e nem no Diário Oficial do Estado da Bahia. Não seria bom o senhor verificar isso de perto...
Seu Ziziu Andrade, pai  de uma nossa aluna Marilene Moreira Andrade e do nosso amigo Valmir Andrade, que era uma pessoa muito reservada, por alguns minutos abriu-se comigo, denotando grande preocupação, com o que estava acontecendo até então. Nós já estávamos caminhando para o final do ano letivo e não havia mesmo, até aquela data, nenhuma garantia de que o curso de magistério estivesse com os seus dados oficiais. Então na primeira visita do senhor Dourado a esta cidade, apresentei ao mesmo esses detalhes e um pouco da conversa que houvera tido com o senhor Ziziu, pedindo que ao retornar a Salvador, fizesse uma visita aos membros do Conselho Estadual de Educação. Foi um tiro certeiro.
Dias depois, lemos no Diário Oficial do Estado da Bahia, o funcionamento do curso de magistério, no Centro Educacional de Poções, entidade pertencente a CNEG.
Os nossos leitores devem ter percebido que perdi muito tempo analisando detalhes do que sempre aconteceram aqui em Poções, detalhes estes, que fazem parte de minha autobiografia, sempre focalizando o setor da educação nessa cidade, onde muitos vultos que trabalharam por ela,  sequer foram lembrados para terem seus nomes gravados ou homenageados em uma sala de aula, num prédio escolar, numa rua ou algo que lhes deem destaque pelo muito que fizeram. Ao mesmo tempo, observei que diversos nomes de outras pessoas estão colocados como homenagem por nada que fizeram nesta cidade. Questão política, para agradar seu beltrano ou seu sicrano. Observem alguns nomes que irei citar e que mereceriam estar colocados como destaques nos lugares em que eles atuaram.
Dona Anina Sarno esposa do nosso saudoso amigo Corinto Sarno, que batalhou intensamente na célebre “Campanha do Cruzeiro”, em beneficio da construção da Igreja Matriz, já foi lembrada alguma vez?  Os batalhadores incansáveis pelo CNEG e mais tarde CNEC, como Hidelbrando Alves Rocha, Antônio Dourado de Castro Primo, José Gomes Sobrinho, Milton Laudelino Silva, já receberam alguma homenagem, pelo menos lá no prédio, onde hoje funciona o Grupo Escolar Luiz Heraldo Curvêlo e que antigamente abrigou a ex- CNEC? E a memória do povo de Poções?
O fato é que ao lermos no Diário Oficial, a autorização dada pelo CEE ( Conselho Estadual de Educação), foi uma euforia geral. Não cheguei a encontrar o nosso amigo Ziziu, mas enviei um recado por sua filha Marilene.
                                                              

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Com o esquema que eu montei tudo correu as mil maravilhas. As aulas foram ministradas normalmente, mas ao chegarmos ao final do ano, sempre havia aquele grupinho de alunos que sempre iam fazer provas finais ( hoje em dia chama-se provas de recuperação). Mas felizmente com eles, tudo correu bem e chegamos ao final de 1964 com mais uma missão cumprida.
Comemoramos o nosso Natal e a resta de Réveillon, dentro dos moldes a que estávamos já habituados. Logo ao iniciar-se o ano de 1965, recebemos uma comunicação do CADES ( Curso de Aperfeiçoamento e Desenvolvimento do Ensino Secundário),para que o maior número de professores, estivessem  presentes durante o mês de janeiro em Salvador. A primeira vez  fora realizado em Vitória da Conquista em 1961 e novamente seguimos para lá. Hospedamo-nos à Rua Direita da Piedade número 9, onde o próprio Omar ainda mantinha o pensionato que há poucos anos atrás tivemos o prazer de passar ali bons momentos. O Curso foi realizado no Colégio Central, situado a Avenida Joana Angélica, bem próximo de onde estávamos, e íamos andando na ida e na volta todos os dias. O ambiente de um modo geral foi bem melhor que o realizado em Conquista, no aspecto físico e na organização. É claro que com o tempo, os organizadores visavam aprimorar, mais o curso, notadamente na apresentação do conteúdo das disciplinas. Ao final de quatro semanas cansativas e saudosos de nossas pequerruchas Sybele e Mercês, retornamos de Salvador com muitas inovações, para por em prática, assim que recomeçassem as aulas. Felizmente retornei também, às minhas atividades, onde alguns clientes haviam interrompido seus tratamentos dentários.
A esposa de um funcionário do Banco do Brasil local enviou uma comunicação a alguns pais interessados, que ela estaria ministrando um cursinho para criancinhas de 4, 5 e 6 anos de idade, a fim de que as mesmas começassem a tomar conhecimento das primeiras letras do alfabeto, ou seja, o que hoje em dia chamamos de curso de alfabetização. Foi uma novidade para Poções e então colocamos todas as duas filhas, pois Sybele em outubro estaria completando seis anos, enquanto Mercês em setembro, já faria cinco. Foi jogar dinheiro fora. Com o tempo descobrimos que a tal “professora”, chegou nesta cidade, com ideia exclusiva de ganhar dinheiro dos incautos. Nossas meninas não aprenderam nem onde estava letra A, quanto mais  as outras letras do alfabeto. Quando as demais pessoas foram descobrindo a malandragem da madame, foram, retirando os seus filhos até esvaziar a tal escolinha. Fez-me lembrar até,da escola do Professor Miguel em Iguaí  há alguns anos atrás.
Desde o primeiro aninho de Sybele, dona Nó habituou-se a comemorar o seu aniversário e depois seguiu o mesmo esquema com a vinda de Mercês. Acontece que nesses primeiros anos de vida, a criança não entende nada daquilo que está se passando em sua volta. Entendo de minha parte, que tais comemorações, servem mais para as mamães satisfazerem o seu ego, apresentando à sociedade da qual faz parte, a sua parcela de contribuição. Verifiquei, entretanto, que depois que as meninas estavam já com os seus três, quatro e cinco anos, é que observavam aquele movimento  de pessoas ao seu redor e de fato ficavam radiantes em olhar os “presentes” que recebiam após abertos os seus invólucros. Essa história repetiu-se por vários e vários anos e Sybele e Mercês ficavam embevecidas com  a passagem daquele evento.


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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Autobiografia de Irundy Dias ( p 40 )

Assim que as aulas foram reiniciadas, as quatro séries do curso ginasial, continuaram funcionando no período matutino, enquanto a primeira série do curso de magistério, por falta de espaço pela manhã, houve por bem funcionar a tarde. É claro que com isso aumentou o trabalho dos três funcionários. O zelador continuou o mesmo, mas houve mudanças na secretaria, pois o secretário Guilherme Gomes Lamego, com a sua ida para Vitória da Conquista, apresentou o seu substituto, na pessoa de Walter Alves de Brito. A auxiliar de Secretaria, também foi substituída pela senhorita Maria de Lourdes Blois e o cargo de Diretor foi ocupado por minha pessoa desde quando o Dr. Alcides Pinheiro dos Reis demitiu-se voluntariamente por motivos pessoais. Então, combinei com o novo secretário, que no período da tarde, eu iria somente lecionar a minha única aula do curso de magistério, a fim de não forçar a minha saída do consultório por motivos de indisciplina de qualquer aluno. Nesses casos, ele mesmo tomaria as decisões. Só mesmo em casos bem urgentes ele mandaria o zelador me avisar. À medida que os primeiros meses foram passando, o prédio da futura CNEG ia chegando ao ponto de funcionar e aos poucos eu já estava “bolando”o meu  plano em como colocar todas as turmas num turno só. Ressalte-se que naquela época, no curso ginasial eram dadas quatro aulas por dia de segunda a sábado, perfazendo um total de 24 horas-aulas semanais e como o Conselho Estadual de Educação e nem a própria Secretaria de Educação do estado da Bahia, ainda não haviam se manifestado à respeito do curso de magistério, colocamos apenas 20 horas, como medida de precaução. Em casa, já como o conhecimento de Noélia, pois a mesma como aluna-mestra, teria que estar a par dos acontecimentos. Armamos o esquema de colocar cinco aulas diárias para todos os cursos, de segunda a quinta e apenas na sexta-feira teríamos quatro horas e desta forma, ficaríamos com os sábados livres.
Quando finalmente, o primeiro semestre terminou, soubemos pelo senhor Dourado, que deveríamos pássaro ao novo prédio, em agosto, pois durante as férias de meio do ano, a CNEG enviaria todo o mobiliário necessário  para o bem funcionamento de todas as atividades.
E de fato, tudo correu dentro do prazo, previsto pelo Conselho Estadual de Educação. Precisamente, no principio do mês de agosto de 1964, nós ocupamos definitivamente o recém-construído prédio da CNEG.
Quando apresentei o novo horário de aulas aos Professores a aos alunos todos pularam de alegria e de contentamento. Era mais uma aula por dia, mas em compensação, os dias de sábado seriam livres para todos.
Minhas 15 aulas, distribui em 3 tardes e Noélia que lecionava apenas 14, sendo 6 de geografia e 8 de desenho, teve que se virar, para lecionar e assistir as suas aulas aso mesmo tempo.
Por essa época, foi constituído o Setor local da CNEG, mas como sempre acontece nas maiorias das direções de grupos daqui de Poções, somente o Seu Dourado, como Presidente, é quem segurava o barco, pois a maioria nem aparecia.

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No mês seguinte os primeiros problemas começaram a surgir. A CNEG estadual nos enviou um comunicado, cuja cópia passamos aos pais, onde eles ou os responsáveis pelos alunos matriculados, deveriam, se tornar  associados, para manter a instituição em pleno funcionamento, com as despesas de água, luz, materiais de consumo, pagamento dos funcionários e impostos, para o bom andamento dos trabalhos.
Os pais dos alunos mais antigos, já acostumados com a pequena taxa que era cobrada deles, nem se perturbaram e levaram aquela medida, como necessária ,mas os novatos, pais ou responsáveis pelos alunos da primeira série ginasial e do primeiro ano de magistério, começaram a botar a “ boca no mundo “e criticando, onde alguns diziam :
“---O ginásio não diz que é de educandários gratuitos? “
“--- Como é que é  isso “?.  Gratuito, não se paga “
Eu que ouvia essas indiretas, quase que diariamente, fui empurrando  aquele “ abacaxi “ para “Seu Dourado”, assim que ele voltasse a Poções, mensalmente. ( Seu Dourado residia em Salvador e uma vez por mês, ele vinha em Poções, onde passava aqui três a quatro dias e depois retornava). Meu trabalho na Direção do Ginásio era para atender os casos dos alunos, professores e funcionários apenas no setor educacional. Assuntos burocráticos, financeiros que envolvessem a parte administrativa do Setor Local, competia a eles decidir.
Os serviços da Secretaria começaram a ficar atrasados, pois não dispúnhamos de uma máquina de datilografia e a fim de não deixar aumenta-lo, Walter, o secretário, ia à Prefeitura pelo menos uma vez por semana.
Por outro lado, o novo prefeito, Sr Aníbal Gonçalves de Carvalho, prometera ajudar ao Ginásio e até aquela altura do ano, não fornecera nenhuma parcela de colaboração.(Comente-se também, que o exercício financeiro das prefeituras começava em abril, quando os prefeitos novos tinham acabado de tomar  posse).Mas mesmo assim, de abril a agosto, alguns meses foram ficando para trás.
Nesse particular, ou talvez também, em outros setores da administração municipal, o povo de Poções, tem tido uma grande parcela de culpa, ao eleger muitas pessoas sem nenhum tino para dirigir as coisas públicas. Resido aqui desde 1950 e vi ao longo desses anos, mais de meia dúzia de prefeitos que não corresponderam aos anseios do povo. Foram eleitos por causa dos partidos  políticos ,sem nenhuma visão do que teriam de enfrentar durante o seu mandato.
Para começar, certo dia solicitei da Prefeitura, uma máquina datilográfica apenas por empréstimo e nunca mais devolvemos, pois o Ginásio não dispunha de recursos, para adquirir uma nova.
Outro problema começou a nos preocupar, à partir de certa manhã, quando eu saía do meu consultório e fui abordado na esquina, onde funcionava o escritório de Nino( Imóveis e Hipotecas), pelo Sr Nercides Andrade, mais conhecido por Ziziu Andrade.


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sábado, 17 de agosto de 2013

Vida de menino - AFFONSO MANTA

                                                     VIDA  DE  MENINO
                                                                                                     
Eu quero ter os olhos de um menino                                                                                                            Para ver tudo com sabedoria.                                    
      Olhar um grilo assim tão pequenino                          
         E nele ver motivo de alegria.                                      
                                                                                                 
Fazer uma boiada dos ossinhos                                            
   De mocotó de boi. Trocá-la adiante                          
      Por picolé com outros garotinhos.                            
         Guardar tampinhas de refrigerante.                            
Criar dinheiro vivo,bom,corrente,                            
   De carteiras vazias de cigarros.                              
      E na enxurrada pacientemente,                                
         Açudes construir de areia e barro.                                
                                                                                                       
Jogar com bolas de meia a valer.                              
   (Hoje elas são de plástico de quê ?)                        
      Brincar de tonga.Sim, tonga, tonguê                            
         Bata na bunda e vá se esconder.                                  
                                                                                   
Jogar pião,castanha, rolimã,                                      
   Caçar com um bodoque traiçoeiro.                        
      Esfregar na parede a pucumã                                      
         E, quando quente, queimar o parceiro...                      
                                                                                                   
Tomar banho de rio... Cavalgar                                
   Cavalinhos de pau com as próprias pernas...              
       Encher balõezinhos de cor com o ar
       Das bocas infantis que são eternas...                          
 E a gangorra,o carrinho, a amarelinha
   O pirulito, o chicote queimado.
     A bola de gude, a cirandinha
         E tudo o mais que está lá no passado.
Mingau e quebra-queixo pela feira...
   Álbuns de figurinhas coloridas...
      Guerra de espadas de zinco e madeira...
      E as arraias no céu tão divertidas...
E a patinete que é o maior brinquedo
    Para quem não tem, bicicleta...
       E histórias de assombrações que dão medo
           Dentro da noite grávida e inquieta
E a roda de pneu que se conduz
   Com um pedaço de pau pela calçada...
      E a noite de Natal cheia de luz...
         E a noite de São João iluminada...
E o carrossel,,, e a roda gigante...
   E o palhaço que vai e volta já,
      No seu incerto andar bamboleante,
         E vai ali comer maracujá....
Criança rima, sim , com esperança.
   Criança é uma lição de liberdade.
      Quero ter a visão de uma criança
          Para viver a vida verdade...

                                                       Poções, Bahia, 19 de maio de 1990.

                                                                          AFFONSO    MANTA


























































                                        

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Meus avós maternos




                                       Vovô :Dr. José da Silva Neves Manta- médico

                                       Vovó : Amália Seixas Manta - doméstica    

Meus avós paternos


                                                     Vovô : Dr.Afonso Alves Dias -Engenheiro

                                                     Vovó : Isaltina Alves da Costa Dias - doméstica  

Meus pais

Meus pais
Dr Ary Alves Dias, médico, nascido em 02 de setembro de 1904 e falecido  a 02 de novembro de 1980, com 76 anos.
Dona Olinda Manta Dias, doméstica, nascida a 31 de maio de 1906 e falecida a 16 de maio de 1997, com quase 91 anos.
Casaram-se em 11 de maio de 1929 e a sua prole foi de dez filhos, destacando-se pela ordem de nascimento:
Irundy Manta Alves Dias:  17 / 02/ 1930
Affonso Manta Alves Dias : 23/08/1939  a 03/12/2003
Armando Alves Dias Sobrinho: 31/03/1943  a 06/07/1990
Os demais 7 filhos do casal faleceram com idades variando de um a 22 anos. 

Autobiografia de Irundy Dias ( p 39 )

Como o “Seu Dourado”, principal articulador da vinda da CNEG, para esta Cidade, foi guindado  pela direção da Fundação Ginásio de Poções, como Presidente do Setor Local, num certo dia de fevereiro, recebi  um recado para que eu fosse encontra-lo na Loja Sarno. Chegando lá, encontrei-o numa saleta nos fundos da loja, rabiscando uns papeis, enquanto o Sr. Corinto Sarno, estava sentado ao lado dele, possivelmente apreciando o trabalho que o mesmo desempenhava. Saudei a ambos com um cumprimento manual e a pedido deles sentei-me bem próximo a ambos. De imediato, Seu Dourado, começou a falar.
---Meu caro doutor, não sei se o que vamos propor à sua pessoa, irá prejudica-lo na sua profissão odontológica. È que, com o afastamento do Dr. Alcides Pinheiro dos Reis, da direção do ginásio, estive consultando diversas pessoas na cidade e quase a totalidade delas,  acharam que eu deveria convida-lo a ocupar o cargo, já agora sob a responsabilidade da CNEG.
Assim que ele terminou as suas palavras iniciais, foi a minha vez de responder:
---Seu Dourado, Seu Corinto, o convite é interessante, mas vejamos o meu caso primeiro. Os senhores sabem, que desde 1959, quando começamos a lecionar no ginásio, aos poucos fui deixando o meu consultório pela manhã, uma hora, depois duas e assim sucessivamente, para poder atender o número de aulas  que eu possuía. Finalmente no ano de 1962, deixei de atender aos meus clientes no turno matutino, porque não cabia mais espaço para eles. Os senhores sabem também, que nos três primeiros anos, ensinamos gratuitamente para que o ginásio se firmasse. E agora com a vinda desse curso de Magistério, mais uma aula que será provavelmente à tarde, me afastará do consultório. E aí, como as coisas estão indo, em breve não disporei de mais tempo para atender os meus clientes. Com esse convite que os senhores estão me propondo, o encargo de direção, ainda me ocupará em mais tempo...
---Irundy, --- Seu Dourado me atalhou antes que eu tivesse continuado---você está falando como se estivesse no Isaías Alves. Lembre-se que lá em cima( ESSE TERMO LÁ EM CIMA, REFERIU-SE À POSIÇÃO DO NOVO PRÉDIO), nós teremos diversas salas de aula e poderemos tranquilamente funcionar somente num turno, enquanto no outro, você atenderá os seus clientes.
--- Nesse ponto o senhor está certo, mas irá implicar no caso de Noélia.  Ela já está matriculada no primeiro ano pedagógico e nesses anos passados lecionou no turno matutino. Agora com a futura mudança do Isaías Alves para o novo prédio da CNEG como será feito para ela lecionar e assistir aulas ao mesmo tempo?
---É, não havia pensado nesse detalhe...
Como eu senti que o momento ainda era, para mais reflexão, pedi a ele que pensasse numa solução enquanto eu também iria conversar com Noélia à respeito.

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Autobiografia de Irundy Dias ( p 38 )

A turma que concluiu o curso ginasial em 1962, ficou praticamente o ano todo de 1963, sem poder dar continuação aos seus estudos aqui na Cidade. Pouquíssimos foram aqueles que se aventuraram em sair de Poções.
Em julho, porém , “ Seu Deco”, Hidelbrando Alves Rocha, padrinho de Noélia, vindo de Salvador, fez a primeira visita, lá em casa, para dizer que o sogro dele, “Seu Dourado”, um nome já citado algumas vezes nestes escritos, Antônio Dourado de Castro Primo, estava tentando junto a CNEG ( Campanha Nacional de Educandários Gratuitos), para que aquela Entidade trouxesse o curso de magistério para Poções. Seu Deco , que não era muito “chegado”em guardar certos segredos, começou a comentar o fato com alguns amigos seus e em poucos dias a notícia se espalhou pela Cidade. Aí, alguns comentários começaram a surgir:- ---Será que essa tal de CNEG, não irá querer algo em troca?
---Poções terá mesmo um curso de segundo grau, de mão beijada?
Em setembro, porém, as conversas começaram a se desenvolver. Seu Dourado., Através da direção da Fundação Ginásio de Poções, convidou as pessoas interessadas e na reunião expôs que a CNEG estava se espalhando por todo o território nacional e de preferência em cidades mais carentes. Para isso, a Prefeitura doaria um terreno e eles construiriam prédio escolar. Como em Poções, o prédio, estrava chegando nos últimos preparativos, isso facilitaria mais ainda a sua instalação. A CNEG, assim que recebesse a doação do terreno por parte da prefeitura, ela mesma se encarregaria de movimentar toda a papelada necessária para o bom funcionamento do curso ginasial e a implantação do curso de magistério. Posteriormente, enviaria todo o mobiliário necessário, para que o novo prédio ficasse bem equipado. O Setor Local, como seria chamado o grupo de dirigentes da nova Entidade, ficaria encarregado de arregimentar o corpo docente, a parte administrativa e burocrática daqui mesmo. Marcou-se outra reunião para outubro, pois as papeladas oficiais teriam que ser dada entrada, até o dia 30 daquele mês, objetivando com aquilo, dar um pleno funcionamento ao novo ginásio, à partir de 1964. Os professores presentes se prontificaram a continuarem lecionandos inclusive aqueles que fossem escolhidos para ensinar no curso de magistério.
Em fins de novembro, acompanhando o Sr. Dourado, vieram dois funcionários do Conselho Estadual de Educação, visitar o prédio que ainda estava sendo construído. Mesmo sem estar concluído, o tamanho do prédio com dez salas de aula, com dependências para  a diretoria, secretaria, sala para o corpo docente, sanitários masculino e feminino para os professores, com madeiramento e telhado de primeira linha, com área em frente e atrás do prédio e nas laterais, estendendo-se até as margens da Rio Bahia, forneceram subsídios nota dez, para a aprovação dos conselheiros visitantes. Como o prédio em março , ainda não estaria pronto para funcionar ao reinicio das aulas, os conselheiros firmaram um documento, dando um prazo até agosto de 1964.

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Depois daquela vistoria, o grupo seguiu até o prédio do Isaias Alves, onde observaram que três salas estavam em bom estado, mas uma quarta sala bem pequenina, na parte da frente do prédio, não oferecia boas condições físicas para abrigar um determinado  número de alunos. Explicou-se, que de fato no inicio, o Estado havia emprestado o prédio para o funcionamento do curso ginasial e deixava-se aquela saleta para depósito de materiais de consumo, mas no ano de 1962, houve a necessidade de abrigar ali, a quarta série ginasial, tendo em vista que as aulas só eram lecionadas no turno matutino. Prontamente eles perguntaram:
---E o curso de magistério como iria funcionar antes de passarem definitivamente para o novo prédio?
A resposta também  veio de imediato:
---Todos já concordaram que o curso de magistério irá funcionar no turno vespertino.
O certo é que o casal de conselheiros voltou a Salvador, embevecidos com a acolhida, que todos nós demos a eles, por verificarem “IN LOCO”, que uma cidade de médio porte como a nossa, estava com um prédio de fazer inveja a muitos bairros de Salvador e de cidades do mesmo tipo.
---Nó você continuará os seus estudos. Dentro de alguns meses, se tornará minha aluna--- disse eu a ela ,logo após a ida dos dois conselheiros.
Noélia ficou radiante com o acontecimento. Seriam só três anos e em breve estaria com o seu diploma seguro, sem precisar estar passando por professora leiga.
No dia 23 de dezembro, eu completaria dez anos de formado em Odontologia, mas sendo uma segunda feira,[i] achamos por bem antecipar para o sábado 21, uma pequena comemoração com alguns de nossos parentes. Nó, como foi sempre prendada em matéria de salgadinhos e docinhos, organizou tudo e ainda fez um bolo, colocando o número 10 em cima do mesmo. Foi uma noite agradável, com a presença também dos nossos vizinhos Érico e esposa.
Dias depois participamos do Réveillon e na tarde do dia primeiro de janeiro de 1964,  embora no clube não houvesse a festinha para as crianças, em casa mesmo, relembramos os nossos 12 anos de convivência, agora com  mais duas criancinhas.
Janeiro correu célere e a nossa expectativa era o reinicio das aulas logos após os exames de admissão, no mês de fevereiro. Para surpresa de todos,  o Dr. Alcides Pinheiro dos Reis, que por algum tempo ficou substituindo o primeiro diretor  na pessoa do Dr. José Carlos Peixoto Pereira , solicitou demissão do cargo, alegando motivos pessoais. Mesmo assim , as provas do exame de admissão foram realizadas pela banca examinadora, constituída antes do seu afastamento definitivo.
“IN LOCO” : locução adverbial latina que significa : no mesmo lugar.

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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Autobiografia de Irundy Dias ( p 37 )

Uns  amigos e conhecidos do pessoal aqui de Poções, vieram de Vitória da  Conquista e numa reunião informal trouxeram alguns dados e outras informações, sobre a possibilidade de ser instalado nesta Cidade, o Lions Clube, que é uma entidade sem fins lucrativos e de assistência aos menos favorecidos , Recém casado, fui convidado a participar daquela reunião, que para mim e possivelmente para os demais, era uma novidade.
O que era então  Lions Clube ?
À medida que fomos lendo os Estatutos e frequentando as primeiras reuniões preliminares, o entrosamento foi chegando aos poucos. Os “companheiros” e “domadoras”, como eram chamados, os sócios do Lions Clube Vitória da Conquista Centro, que aqui vinham quinzenalmente para nos orientar em reuniões de Diretoria e mensalmente as reuniões festivas, onde num jantar de congraçamento, discutiam-se os planos de nossa organização. O primeiro presidente eleito por aclamação, foi o CL Bernardo Tôrres Coelho, que Deus o tenha em sua glória eterna. Bernardo, como a sua Diretoria teriam um ano de mandato e nesse período, fariam o que fosse possível para ajudar os menos favorecidos. Lembro-me muito bem que a nossa primeira campanha porque estava bem próxima ao Natal, foi a de  arrecadar diversos brinquedos, como bolas, bonecas, carrinhos e toda a sorte de coisinhas miúdas ,pra incentivar a garotada pobre. Distribuímos cartõezinhos numerados e naquela longa fila fomos entregando os brinquedos e a criançada ficou naquela euforia desenfreada.
Com o passar do tempo fomos verificando que havia a parte boa e parte negativa do funcionamento do Clube. De minha conjectura, observei que a parte boa era aquela onde após as nossas reuniões e consequentemente as deliberações tomadas pela Diretoria em promover as campanhas e posteriormente ajudar  aos menos favorecidos, que era o lema central do Clube. A parte negativa daquele objetivo, era a de remeter periodicamente certa importância em dinheiro vivo ao Lions Club International. Ora, porque não, parte daquela verba  arrecadada, não reverter em angariar novos donativos, para as próximas campanhas, como se fosse um fundo de reserva?
A medida que o tempo foi passando, os nossos padrinhos conquistenses, foram aos poucos se ausentando das reuniões, verificando certamente, que nós já havíamos absorvido o lema central do clube.
Em cada Estado do Brasil, numerados como L1, L2, etc,, existia ( ou deve existir ainda, não sei)  outra Diretoria com Governador, vice, e Presidente de Divisão, que periodicamente saía  visitando os Clubes, por certo para sentir de perto o andamento de cada um.
Com o passar do tempo, muitos amigos nossos se ausentaram da Cidade por mudança e mais alguns, por não sentirem vocação para desempenhar a contento a aquele trabalho, que as vezes se tornava exaustivo.
Mesmo assim,  a Câmara de Vereadores , prestigiou o clube designando uma travessa desta Cidade, com o título de “Travessa Lions Club “. Com o tempo, já devem ter tirado e colocado outra designação.
                                                            

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O nosso amigo Nino, foi um dos que se destacou no clube, chegando a ser nomeado  Presidente de Divisão.
Precisamente no último ano que o Lions Clube funcionou aqui em Poções,  os poucos sócios, acharam de me eleger Presidente do mesmo. Sabia por acompanhar, que o Lions Clube organizava anualmente um concurso entre os clubes de cada divisão, atribuindo determinado quantidade de pontos, pelas tarefas que fossem desenvolvidas. Assim fiz um minidicionário, que chegou a ser apresentado em reuniões, mas por ser um clube pobre, os grandões não tiveram interesse em levar adiante aquela minha ideia. Fiz um jornalzinho mimeografado e o certo é que consegui colocar o clube em segundo lugar, recebendo ao final de minha gestão, um pequeno troféu, de tão pequeno, que não valeu o esforço que desprendi. Depois de mim, ninguém mais quis aceitar o cargo de presidente e então partimos para a dissolução do mesmo, para não aumentar as dívidas, com  as tais remessas periódicas ao Lions International.
Aquelas pouquíssimas pessoas, que tentaram em todos esses anos, perseguir-me por qualquer motivo, por inveja, sempre se deram mal e eu não me vanglorio disso. O primeiro, foi aquele dentista, que perseguiu o Dr. José Carlos  Peixoto Pereira, quando o mesmo ainda era Diretor do Ginásio. Não respeitou nem a situação do rapaz, que novato na Cidade, com família constituída, agarrou aquele emprego de Diretor, como tábua de salvação. E como dentista também, ainda não possuía clientes que lhe dessem o seu sustento necessário, aguentou o quanto pode e foi embora desta Terra.  Ele também, chegou a dar umas guinadas para o meu lado, mas sabia que eu tinha a cobertura do meu Pai e aí sentindo que a coisa não iria dar certo, desistiu. Mas que ele tentou,  isso tentou.
Aconteceu  então o que ele não esperava. O pai dele veio a falecer e teve de ir embora dessas plagas. Mas antes de viajar, numa certa noite apareceu lá em casa e me ofereceu a casa do consultório para eu comprar. Foi uma compra rápida. Dias depois, retornou a Poções, trazendo a escritura, recebendo também a importância combinada.
O ano de 1963 foi aquele que começou com muita angustia para nós. Noélia já havia concluído o curso ginasial e torcia para que o Ginásio daqui onde ensinávamos desde 1959, continuasse apto para ela seguir o segundo grau.
Os políticos da região foram pressionados pelos principais representantes de Poções, para melhorarem as condições de saúde educação e transporte. Naquela altura dos acontecimentos, poderemos citar a figura imemorável do Deputado Federal Manoel Novaes, que aos poucos foi angariando a simpatia popular, transformando-se com o passar do tempo num dos baluartes dessa região, sofrida e esquecida pelos poderes públicos. O nobre deputado Manoel Novaes, por diversas vezes colocou verba para a Educação, ao ponto de que pudéssemos construir o prédio, da CNEC, hoje pertencente ao próprio Município. Numa certa viagem que Noélia e eu, fizemos a Salvador, aproveitamos da oportunidade e fomos diretamente a residência do Deputado Manoel Novaes, agradecer pelo muito que ele fez durante vários anos, em benefício de Poções. Muita gente não sabe desse fato.
O QUE ME ADMIRA MUITO NESSA HISTÓRIA TODA, É QUE EU NUNCA VI EM  POÇÕES, ALGUMA COISA COM O NOME DELE , RELEMBRANDO OS BENEFÍCIOS QUE ELE CONSEGUIU TRAZER PARA ESTA TERRA.

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