terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Relembrando AFFONSO MANTA (10)
O APOSENTADO
Estava aposentado, no ostracismo
Não dava um prego em barra de sabão.
Professava essa espécie de lirismo
Comum a quem não tem ocupação.
Desimpedido, livre, a ranger rede,
Todas as noites, antes de deitar,
Fitava os retratinhos na parede
Do irmão morto e da Virgem do Pilar.
E rezava a Jesus e a São Caetano,
Nome de um outro irmão, também defunto.
E embora fosse um tipo muito humano
Sentia-se vazio sem assunto.
Um guia de museu na mocidade,
Fazia versos e dormia pouco.
Era discriminado na cidade,
Porque todos o achavam meio louco,
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