ESTES SONETOS, COPIADOS POR MIM, DE UM LIVRO DE MAMÃE, QUANDO ELA ESTAVA AINDA COM 18 ANOS DE IDADE. FAZENDO AS CONTAS;
MAMÃE NASCEU EM 1906, COM MAIS 18 É IGUAL A 1924.PRATICAMENTE NÓS JÁ ESTAMOS EM 2014. ENTÃO, CONCLUE-SE QUE O LIVRETO COM OS SONETOS COPIADOS POR ELA MESMO, ESTÁ COM 90 ANOS. A GRAFIA PARA FICAR ORIGINAL,É COPIADA TAL QUAL, MAMÃE ESCREVEU EM SUAS ANOTAÇÕES, DE MOCINHA EMBEVECIDA COM O AMOR DE SUA MAIS PURA ADOLESCÊNCIA.
O PALHAÇO
H. PINHEIRO
Quando no circo, o povo agglomerado,
Num grande vozear que ensurdecia
Bradava pelo clonos; o desgraçado
Uma filha perdera neste dia;
E quando o vi, no seu rosto maguado
Pude lêr o pezar que elle sentia,
E mesmo assim, doente e consternado,
O palhaço as pilherias sacudia...
Quantas vezes da vida na amargura,
Não sentimos também essa tortura
Do inditoso palhaço sorridente.
Quantas vezes nos rimos e, no entanto
A nossa alma desfaz-se em dor e pranto
Que disfarçamos neste rido ardente.
MAMÃE NASCEU EM 1906, COM MAIS 18 É IGUAL A 1924.PRATICAMENTE NÓS JÁ ESTAMOS EM 2014. ENTÃO, CONCLUE-SE QUE O LIVRETO COM OS SONETOS COPIADOS POR ELA MESMO, ESTÁ COM 90 ANOS. A GRAFIA PARA FICAR ORIGINAL,É COPIADA TAL QUAL, MAMÃE ESCREVEU EM SUAS ANOTAÇÕES, DE MOCINHA EMBEVECIDA COM O AMOR DE SUA MAIS PURA ADOLESCÊNCIA.
O PALHAÇO
H. PINHEIRO
Quando no circo, o povo agglomerado,
Num grande vozear que ensurdecia
Bradava pelo clonos; o desgraçado
Uma filha perdera neste dia;
E quando o vi, no seu rosto maguado
Pude lêr o pezar que elle sentia,
E mesmo assim, doente e consternado,
O palhaço as pilherias sacudia...
Quantas vezes da vida na amargura,
Não sentimos também essa tortura
Do inditoso palhaço sorridente.
Quantas vezes nos rimos e, no entanto
A nossa alma desfaz-se em dor e pranto
Que disfarçamos neste rido ardente.
AMOR DE PALHAÇO
A THOMAZ
Hontem viu-se-lhe em casa a esposa morta
E a filhinha mais nova tão doente!...
Hoje o empresário vai bater-lhe a porta,
Que a plateia reclama impaciente...
Ao palco em breve surge... pouco importa
O seu pezar aquella extranha gente,
E ao som das ovações que os ares corta
Tregeita e canta e ri nervosamente.
Aos applausos da turba, ele trabalha
Para esconder no manto em que se embuça
A cruciante angustia que o retalha.
No entanto a dor cruel mais se lhe aguça
E enquanto o labio tremulo gargalha,
Dentro do peito o coração soluça...
B E I
J O S
GUILHERME DE ALMEIDA
Não queres que eu te beije... E o beijo é a própria vida,
A invenção mais sublime
e bela do Senhor;
É o fogo em que se abraza uma alma a outra alma unida,
É o prologo e também o epilogo do amor!
A lua beija o mar, nas ondas reflectida;
O sol ,beijando o ceo, o cobre de esplendor;
Num beijo o orvalho alenta a planta emurchecida
E a borboleta suga o mel, beijando a flôr.
Deixa que o amor expanda os seus desejos,
Beijando os lábios teus, sem nunca se cançar !
Chega ao meu coração, escuta-lhe os arquejos !
A bocca perfumada, ó, deixa-me beijar !
Porque somente amando é que se trocam beijos...
E porque só beijando é que se aprende a amar.
NOITE DE INSOMNIA
Nestor de Góes
Horas mortas... Outomno. A alcova abandonada...
Como é triste arrancar assim da noite o dia !
La fora em derredor ulula a ventania
E não tarda a raiar a luz da madrugada.
Que saudade de ti... Que infinita agonia
Eu sinto ao recompor teu vulto, minha amada !
O passado é um lamento uma flôr desbotada,
Um beijo que se dá numa noite sombria...
Ah ! se voltasses tu ... e nos beijos de então
Unisses minha boca à tua boca santa !...
Que saudades de ti ... que enorme solidão ! ...
Penas, desilusões e magoas, aplacae
Esta afflição atroz que me sobe a garganta
E se converte em pranto e gotta a gotta cae !
N A
D A
JOAQUIM NABUCO
Tudo é nada no mundo. O nada é tudo.
Porque do nada tudo foi tirado !
Porque do nada tudo é transformado,
E ao nada volverá um dia tudo!
Deus do nada com um gesto tirou tudo
Pois do nada o Universo
foi tirado !
E num dia no nada
transformado,
Deixará de existir e assim vae tudo.
Só nossa alma
persiste e Deus eterno,
Cuja essência é de si mesmo increada.
Por ser um Ser divino – Ente Supremo !
Na potencia do mundo agigantada
Nesta terra, nos céos, no próprio inferno,
Somente uma palavra eu leio : NADA .
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