sábado, 23 de novembro de 2013

Autobiografia de Irundy Dias ( p 51 )

A Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia resolveu abolir definitivamente os exames de admissão ao ginásio e consequentemente os alunos que concluíram o curso primário tendo feito a quinta série nos seus respectivos prédios escolares, tiveram o direito de matricular-se automaticamente na sexta série ginasial. E daí os alunos que terminaram a quarta série primária galgaram, a matricula na quinta série ginasial, sem necessidade de submeter-se a qualquer tipo de exame de aptidão. Foi então que Sybele e Mercês haviam terminado a quarta série no Grupo Escolar Alexandre Porfírio e pegaram a “moleza” de ingressar no Curso Ginasial, fazendo parte de uma das três turmas da quinta  série da CNEC,no ano de 1972.
Entre as primeiras preocupações oriundas dos gêmeos, é que à medida que o tempo passava Dino gulosíssimo como era o leite materno de Nó não o satisfazia mais. A conselho médico, começamos a preparar todas as noites, uma mamadeira de engrossante para cada um deles. O umbigo de Dino já começara a estufar, sendo necessário que Papai arranjasse um botão grande de madrepérola, para cobrir o umbigo e por cima dele um bom pedaço de esparadrapo. De fato. A nova técnica deu resultado, pois o engrossante fez com que o gulosinho parasse e perturbar o sono de todos e aí o umbigo voltou a normalidade. Alguns meses depois,  quando ambos já se sentavam sozinhos, sem termos aqueles primeiros vacilos de cai pra um lado ou cai para o outro, chamamos um fotógrafo de Vitória da Conquista, por nome Jurandir e mandamos preparar três pôsteres, sendo um para Dino e Guga  e os outros dois separados para Sybele e Mercês e esses quadros ainda se acham até hoje colocados nas paredes de dois quartos de nossa residência.
À partir de 1973, à pedido de Sybele deixamos de comemorar os seus aniversários com aquela pompa toda. Era uma reunião mais simples com os parentes e os amigos mais próximos.

Mas em meados de 1974, a Diretoria da ACASCP (Associação de Cultura e Assistência Social da Cidade de Poções), em comum acordo com diversas famílias associadas, resolveu a realizar uma festa de Debutantes, porém bem sofisticada. As meninas que iriam fazer parte, sendo que umas estavam a completar os quinze anos, enquanto outras já haviam feito, combinaram que os vestidos seriam longos com a cor predominante  rosa e os demais detalhes ficariam a cargo do gosto de cada uma. Enquanto isso, os padrinhos das debutantes teriam que se apresentar obrigatoriamente de smoking comprado ou alugado. Achei melhor comprar o meu, já pensando na festa do ano vindouro, quando seria a vez de Mercês. Foi uma festa bem organizada. Sybele foi a última a ser chamada, porque as apresentações foram feitas em ordem do mês de nascimento. Cada pai ou padrinho, fez o acompanhamento de sua pupila e depois de reunidos, dançaram a valsa, onde somente os casais inscritos fizeram parte. Depois então, a pedido dos presentes, foi executada uma outra valsa e aí puderam participar outros parentes das debutantes, que também tiveram os seus momentos de prazer. Enquanto se desenrolavam as danças, o salão repleto de fotógrafos que não perderam tempo em busca de melhores ângulos na obtenção de suas melhores fotos. Cessada essa parte da cerimônia, o conjunto continuou tocando diversos tipos de músicas para satisfação dos presentes. Os comes e bebes em suas respectivas mesas, com grande fartura, completaram aquela noitada e todos se animaram para que o clube repetisse a dose no ano seguinte com as novas debutantes.                                                  153

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