Affonso foi considerado como um dos melhores poetas
líricos da Bahia. Teve por infelicidade
uma vida adulta, repleta de altos e baixos. Ainda no vigor da adolescência,
frequentava um submundo hostil, inseguro e sem futuro. Casou-se com uma moça do
mesmo time e levou uma vida de ócio, de drogas, de bebedeiras e de
perseguições. Como disse, de uma cultura privilegiada que se submetendo a um
concurso de caráter nacional, foi aprovado em segundo lugar no Brasil, para
exercer um cargo nos Correios e Telégrafos. Seguiu então, a partir daquela data,
ao Rio de Janeiro, pois o cargo que iria ocupar era de alta confiança, junto
aquela Instituição. Alguns meses depois,
trabalhando com muita convicção do que fazia, subiu rapidamente de posto. Mas
aí, reapareceu o outro lado da moeda, que há algum tempo havia deixado em
Salvador. Voltou às bebedeiras e drogas, chegando ao ponto de sair à rua,
completamente nu, numa das ruas do Rio de janeiro, refugiando-se numa Igreja,
de onde só saiu levado numa ambulância pra uma Casa de Saúde. Daí para frente,
tudo o mais degringolou. Com mais algum tempo de convivência inamistosa, a
esposa concedeu-lhe mesmo assim, um desquite amigável. Affonso desligado dos
Correios, foi logo aposentado por incapacidade mental. Regressou a Poções e
ficou residindo definitivamente com nossos pais. Então, como não estava
exercendo atividade nenhuma limitado
apenas a escrever os seus poemas, o Grupo da Direção da Fundação Ginásio de
Poções, resolveu convoca-lo para um período de experiência e isso resolveu a contento
a preencher a lacuna que havia no quadro do corpo docente. Mas o que é bom,
dura pouco, volta e meia, Affonso se entregava às “bebedeiras” com os “amigos”,
vindo a constantemente faltar as aulas.Com isso, foi necessário o seu
afastamento, pois a sua imagem iria ser denegrida aos olhos da população
Quanto
à Câmara de Vereadores, continuava com aquela mesma sonolência. O Presidente,
Sr. Aníbal Gonçalves de Carvalho, Papai e o vereador Diolino Xavier Luz, eram
os únicos a frequentar assiduamente as sessões. Uma vez ou outra, os demais vereadores
compareciam, pois todos estavam cientes que pela Lei, aquele que faltasse a
quatro sessões consecutivas, automaticamente perderia o mandato. Mas era um
vicio já enraizado e por isso mesmo, os projetos oriundos do Executivo
Municipal, permaneciam engavetados. Caso o Sr. Olímpio Lacerda Rolim, Prefeito
de então, necessitasse de uma aprovação urgente dos seus projetos encaminhados
à Câmara, mandava recados, pedindo o comparecimento maciço e aí os projetos
teriam um TRÂMITE legal. Por outro lado, os governadores
da época, não olhavam as cidades de pequeno e médio porte, com bons olhos, com
assistência educacional de péssima qualidade, falta de estrutura no setor de
saúde, com deficiência visível nos setores sociais, de transporte, de segurança
pública e demais serviços e nesse lamaçal de descaso convivi de perto por
muitos e muitos anos.
Desculpem
o desabafo, mas foi a nua e crua realidade.
TRâMITE: caminho com rumo
determinado. Procedimento ou etapa apropriada que se segue de forma progressiva
e rotineira por um processo administrativo.
x.x.x
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