quinta-feira, 25 de julho de 2013

Autobiografia de Irundy Dias ( página 26 )

No dia 8 de maio de 1945, acordei com o barulho dos sinos ecoando ao longe. Alí próximo de casa, um foguetório ensurdecedor. Minutos depois, fiquei sabendo através de vovô Manta, que a segunda guerra mundial estava quase terminada. Os alemães haviam assinado o tratado de rendição.
Nesse mesmo ano, a cegonha rondara mais uma vez a casa dos meus pais, em Iguaí. O caçula agora era o Almir e assim a prole aumentou de novo.
Em 14 de agosto desse mesmo ano, o Imperador Hiroito do Japão, assinou um decreto ordenando o cessar fogo e deposição de suas armas. Não sei se foi por vingança ao que acontecera em 1941, naquele ataque traiçoeiro a Pearl Harbor. O certo é que os americanos despejaram duas bombas atômicas, nas cidades japonesas de Nagasaki e Hiroshima, havendo uma mortandade incrível e tal foi a intensidade da destruição, que provocou a rendição imediata. Finalmente a segunda guerra mundial chegara ao fim.
Dali a dois anos, Mamãe encerraria o seu ciclo de partos com o nascimento de Acyr, que se tornaria o caçula definitivo da família.
Durante o mês de maio de 1947, os jornais e noticias dadas pelo rádio, além da guerra, as principais, eram à respeito do eclipse total do sol, que seria visto em todo o Brasil, no dia 20 de maio. À medida que os dias se passavam, apareciam dados de como as pessoas se prepararem para observar o eclipse. De minha parte, instalei na parte cimentada do quintal da casa de tia Edite, um dispositivo contendo uma bacia grande de alumínio, que fora usada por minha avó Amália, há muitos anos atrás. Coloquei uma boa quantidade de água e tia Licinha arranjou-me um bom pedaço de vidro, que o esfumei com papel de jornal, queimado. Eram mais ou menos umas nove horas da manhã do dia 20 de maio de 1947, quando a manhã ensolarada, começou a ficar amarelada e aos poucos foi ficando lusco fusco. Interessante de se notar, é que tia Edite comprara há alguns dias atrás, dois franguinhos e eles quando sentiram o dia ficar aos poucos mais escuro, começaram a se empoleirar em uns galhos de um pequeno arbusto existente no quintal. Observei atentamente, ao mesmo tempo, o dia escurecer, notando-se algumas estrelas no céu e olhando pelo vidro, vi aquela bola (o sol, no caso) ficar preta totalmente. Foi um espetáculo inesquecível. A empregada ficou com medo e não quis apreciar aquele momento tão único em nossas vidas.
Abaixo, copiei um relato de como aconteceu aquele eclipse:
“Belo”, “magnífico” e “fantástico”. A despeito dos muitos adjetivos utilizados nos relatos sobre eclipses totais do sol, as ações que visavam a organização de expedições científicas para suas observações envolviam um complexo planejamento.

O eclipse total do sol é um fenômeno natural que despertava um grande interesse científico.
Instituições e pesquisadores de diferentes nacionalidades, junto aos seus órgãos governamentais, trocavam informações com as administrações dos países nos quais ia ser possível ver o eclipse
total, com o objetivo de conseguir dados que possibilitassem a constituição e envio de expedições para a realização de observações do fenômeno.
Na manhã de 20 de maio de 1947 a sombra da lua, que encobria o sol, projetada na Terra surgiu no Oceano Pacífico, com cerca de 200 quilômetros de diâmetro. Rumou para o leste e encontrou o continente sul-americano em Santiago, no Chile. Avançou em direção ao nordeste, passou pela Argentina, pelo Paraguai, entrou em terras brasileiras, atravessando diversos estados. Atingiu o Oceano Atlântico, deixando o território brasileiro pelo Estado da Bahia e chegou ao
continente africano através da Libéria, perdendo suas forças na costa leste da África, quase no
Oceano Índico.

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